Derrotado na disputa presidencial de 2018, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), será o ministro da Fazenda.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (9), os primeiros nomes que vão compor sua equipe ministerial no governo federal a partir de janeiro de 2023.
Em uma coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição de governo, em Brasília, Lula confirmou cinco futuros ministros:
Derrotado na disputa presidencial de 2018, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), será o ministro da Fazenda, mesmo tendo virado réu.
Á época, a Justiça de São Paulo abriu ação penal contra o ex-prefeito (2013/2016) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público do Estado, o petista teria solicitado, entre abril e maio de 2013, por meio do então tesoureiro do seu partido, João Vaccari Neto, a quantia de R$ 3 milhões da empreiteira UTC Engenharia para supostamente quitar dívidas de campanha com a gráfica de Francisco Carlos de Souza, o “Chicão Gordo”, ex-deputado estadual do PT.
A Promotoria sustenta que, entre maio e junho daquele ano, a empreiteira efetivamente repassou a soma de R$ 2,6 milhões a Haddad.
O petista afirmou que deve uma reunião no próximo domingo (11) para determinar a quantidade de ministérios e secretarias que o próximo governo terá.
“Tomei a decisão [de anunciar os primeiros nomes] porque preciso que algumas pessoas já comecem a trabalhar”, afirmou Lula. Ele também brincou que anunciou mais nomes para ter outras pessoas para conversar com a imprensa sobre os trabalhos do futuro governo.
Segundo o presidente eleito, na semana que vem, ele pode anunciar “mais do que o dobro” de ministros do que a quantidade anunciada nesta sexta (9).
O único ausente na cerimônia de anúncio era o embaixador Mauro Vieira, que está na Croácia. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa ativa”, declarou o presidente eleito.
Ao anunciar o nome do ex-governador do Maranhão Flávio Dino ele disse apenas “da Justiça”, sem mencionar “Segurança Pública”.
Lula disse que há interesse de criar um ministério da Segurança Pública, “mas não pode fazer as coisas de forma atabalhoada”. “Dino tem a função de primeiro consertar o funcionamento do ministério da Justiça”, afirmou.
Durante sua fala, Flávio Dino anunciou sua primeira indicação, que recebeu o aval de Lula, que é para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). O nome acordado foi o do delegado Andrei Passos Rodrigues, que é delegado da PF e responsável por chefiar a segurança de Lula desde a campanha eleitoral.
O presidente eleito comentou a ausência de mulheres e negros entre as primeiras indicações: “Vai chegar uma hora que vocês vão ver mais mulheres do que homens aqui e a participação de companheiros afrodescendentes aqui.”
O presidente eleito também afirmou que a transição de governo deve finalizar os trabalhos na próxima terça-feira (13). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) também se pronunciou sobre os trabalhos dos 32 grupos técnicos.
Alckmin afirmou que os relatórios da transição que os relatórios trarão exigências orçamentárias, sugestões de revogações, proposta de estrutura para cada área e ações prioritárias.
Veja os nomes anunciados
Fazenda: Fernando Haddad (PT)
Defesa: José Múcio Monteiro
Casa Civil: Rui Costa (PT)
Justiça: Flávio Dino (PSB)
Relações Exteriores: Mauro Vieira
Fonte: Conjuntura On-line