O Grupo dos Sete buscará demonstrar apoio de longo prazo à Ucrânia na luta contra a invasão russa em uma cúpula que começa neste domingo (26), mesmo com o crescente impacto da guerra na economia mundial testando sua determinação.
Os líderes de Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão discutirão como exercer mais pressão sobre o Kremlin na cúpula de três dias no Schloss Elmau, um hotel de luxo em um vale montanhoso da Baviera, na Alemanha.
Mas à medida que a guerra se arrasta para o quinto mês, eles ficarão cautelosos com quaisquer sanções que possam obscurecer ainda mais as perspectivas econômicas mundiais. O conflito já criou escassez de alimentos e energia que está impulsionando a inflação e a fome.
Os aumentos de preços estão atingindo particularmente o sul global, onde os países já estavam sofrendo com a pandemia de covid-19 e crises climáticas.
Em comentários antes das cúpulas consecutivas da União Europeia, do G7 e da aliança militar ocidental Organização do Tratado do atlântico Norte (Otan), o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse ao Parlamento alemão na quarta-feira (22) que a tarefa é maior do que enviar a mensagem de que o Ocidente está unido “como nunca antes”.
As cúpulas também precisam mostrar “que as democracias do mundo estão juntas na luta contra o imperialismo de Putin, bem como na luta contra a fome, a pobreza, as crises de saúde e as mudanças climáticas”, afirmou ele.
Se o Ocidente não mostrar solidariedade com os países do sul global, muitos dos quais criticaram as sanções ocidentais, Rússia e China se beneficiarão, alertou.
Encontrar uma nova abordagem para a China que reflita as preocupações com os direitos humanos, os problemas da cadeia de suprimentos e o impacto muitas vezes negativo de investimentos globais desempenharia um “papel muito importante” na cúpula, disse uma autoridade do governo alemão.
Os líderes do G7 lançarão uma nova iniciativa de infraestrutura destinada a oferecer aos países de baixa e média renda investimentos transparentes e de alta qualidade, disseram autoridades graduadas dos EUA, uma resposta clara ao projeto do Cinturão e Rota da China, que foi criticado por contratos opacos e termos de empréstimo onerosos.
Scholz convidou como nações parceiras os líderes do Senegal, que detém a presidência rotativa da União Africana, e a Argentina, que detém a presidência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenho, além da Índia, Indonésia e África do Sul.
Enquanto a Ucrânia enfrenta forças russas no leste do país em uma guerra que matou milhares e destruiu cidades, os líderes discutirão a necessidade de ajuda financeira de longo prazo para ajudar na reconstrução do país, disse a autoridade alemã.
“Estamos falando de somas consideravelmente maiores do que os atuais 5 bilhões de euros (de ajuda externa) por mês”, afirmou a fonte. Scholz disse que o país precisava de um “Plano Marshall”, como o programa dos EUA que reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: Reuters