120 cobras fazem parte do serpentário montado pelo paulista Henrique Naufal, um apaixonado pelo réptil
Visitar Bonito não se resume aos seus encantos naturais emoldurados pela Serra da Bodoquena. O maior destino de ecoturismo do Brasil também reserva atividade noturnas e um dos programas prediletos, mesmo para os bonitenses, é conhecer o Projeto Jiboia, onde os mais corajosos podem tirar uma self segurando uma das 120 cobras que fazem parte do serpentário montado pelo paulista Henrique Naufal, um apaixonado pelo réptil.
Tem medo de cobra? Então coloque o Projeto Jiboia no seu roteiro e vivencie momentos únicos de educação ambiental, onde o empresário, em sua palestra, procura desmistificar o medo que as pessoas têm do animal, muitas vezes sem fundamento, através da informação e do contato. Com a jiboia enrolada no pescoço, Henrique e seus colaboradores interagem com o público de uma maneira bem humorada que leva o visitante a refletir sobre o tema.
O projeto foi criado em 2004 em Miranda (MS) e funciona desde 1º de janeiro de 2005 no centro de Bonito, tendo sido selecionado em 2017 como um dos sete roteiros no Brasil para ser visitado por pais e filhos adolescentes como parte do processo de estreitamento dos laços familiares, em busca de conhecimento e cultivar empatia, que se adquire observando outras culturas – na concepção da pedagoga Ana Zattar, de uma das mais tradicionais instituições de ensino de São Paulo e autora da escolha.
O atrativo funciona na Rua Nestor Fernandes, 610, Vila Donaria. A palestra tem duração média de 2h, iniciando-se às 19h (chegar entre 18:30 e 19h), de segunda a sábado, onde são abordados os hábitos das serpentes (sua alimentação, comportamento e ciclo de vida). “Algo que nos assustava passa a nos encantar”, ensina Henrique, ao explicar que, ao contrário do imaginário popular, as jiboias não são cobras peçonhentas (não possuem presa inoculadora de veneno) e não atacam humanos.
A foto com a serpente
Quem chega cedo ao espaço tem a oportunidade de conhecer exemplares de cinco espécies expostas em terrários, onde chama a atenção o esqueleto de uma jiboia de oito anos, composto por 800 ossos, dos quais 470 distribuídos nas costelas, 280 vertebras e 45 na formação do cérebro. As pessoas se surpreendem com a gama de informações que recebem e o grande momento é a foto segurando a serpente, adulto ou criança – basta ter coragem!
Aos 57 anos, foi aos 16 que Henrique teve seu primeiro contato com uma jiboia, período em que morou na Austrália. Ele conta que viu um homem andando com um píton no pescoço, ficou impressionado, e naquele contato sua vida mudaria para sempre. Ali, recebeu os primeiros ensinamentos sobre as cobras e quebrou aquele paradigma de que são animais maléficos e à espreita esperando a hora de atacar seres humanos.
Ao voltar para o Brasil, decidiu ter suas próprias serpentes. A primeira, ele comprou de um índio amazônico. Ao se mudar para o Mato Grosso do Sul para trabalhar como interprete com turistas de língua inglesa, Henrique Naufal possuía 12 jiboias como animais de estimação (todas legais, com microchip e certificado de origem) e percebeu a necessidade de fazer um trabalho de educação ambiental para evitar a matança indiscriminada das serpentes.
Assim nasceu o seu projeto, que há dezenove anos transformou de maneira pioneira a educação ambiental em atrativo turístico, “trabalho esse independente de iniciativa privada que transforma preconceito em conceito, mudando o comportamento e a maneira que os visitantes enxergam as serpentes”, como afirma.
Sempre buscando algo novo para despertar o interesse e conhecimento do visitante, Henrique Naufal está ampliando o espaço para melhor acomodar o público e suas serpentes (das espécies cobra do milho e pythons da birmania e bola, originárias da África e Ásia, e as brasileiras Boa Constrictor constrictor e a jiboia arco-iris). O projeto quase faliu na pandemia do coronavírus, mas está em alta, recebendo, em média, 500 visitantes ao mês.
Fonte: Assessoria de imprensa da Rota Bioceânica Bonito.