Deputado petista faleceu no dia 17 de março em Camo Grande
Os deputados estaduais por Mato Grosso do Sul usaram a fala, durante a sessão plenária desta terça-feira (21), para elogiar a trajetória e homenagear a memória do deputado Amarildo Cruz (PT). Durante cinco mandatos, o petista ocupou assento na Assembleia Legislativa e faleceu no dia 17 de março.
O deputado Pedro Kemp (PT) subiu à tribuna. “Ele esteve na terça-feira pela manhã participando da sessão, a tarde participando de reuniões, discutíamos vários projetos, inicio da noite se internou passando mal, infelizmente um processo infeccioso muito rápido, infecção se tornou generalizada, ele foi entubado, teve paradas cardíacas, mas não resistiu. Para nós é difícil entender como foi de forma rápida. Retirou do nosso convívio um deputado atuante, vibrante, defensor de causas nobres, de qualidade de vida das camadas mais vulneráveis, lutador dos trabalhadores rurais, quilombolas, indígenas, direitos humanos, dos direitos das mulheres, dos negros. Compromisso muito forte com a defesa do meio ambiente”, resumiu Kemp. Saiba mais sobre o trabalho de Amarildo nesta matéria.
Companheiro de partido, Kemp disse que o conhecia há 38 anos.
“Nós do Partido dos Trabalhadores perdemos um militante muito querido. Lamentamos muito essa perda, mas vamos ter na história, na memória, um exemplo a ser seguido, de um homem comprometido com o seu trabalho parlamentar. Ele sempre presente, difícil contar as faltas que ele teve, com projetos e debates importantes do nosso Estado. Quero agradecer a toda a Mesa Diretora, aos colegas deputados, aos servidores dessa Casa, a presteza em que tudo foi tão bem organizado para fazer um velório à altura do companheiro. Fazer uma homenagem ao chefe de gabinete do Amarildo, o Paulinho [Manoel Paulo Barbosa], em nome de toda equipe, que esteve ao lado dos familiares, em todos os momentos, queria dizer que a nossa maior homenagem será dar continuidade ao trabalho do Amarildo, honrando sua memória e defendendo as causas que ele defendia. Que Deus possa abençoar todos”, ressaltou o deputado Pedro Kemp.
Moção
Uma Moção de Pesar em nome da Casa de Leis aos familiares, amigos e servidores do gabinete foi apresentada. O presidente Gerson Claro (PP) também agradeceu aos servidores e ao próprio Pedro Kemp. “Quero também fazer especial agradecimento dessa Casa, sem dúvida a sua participação Kemp, desde a intenção, velório e sepultamento indo a Presidente Epitácio representando a Casa de Leis. É de um compromisso, de uma demonstração de carinho, respeito e humanidade que temos que buscar todo o dia como exemplo. Nosso agradecimento também a toda equipe da Casa, que passou a noite aqui, de vários setores. Teve gente que não conseguiu entender como estava todo mundo tão consternado. Às vezes não conseguimos demonstrar sempre no dia-a-dia, mas muitas vezes nós convivemos muito mais com as pessoas daqui, do que com a própria família”, destacou o presidente.
Quanto a convocação e posse da suplência de Amarildo, o presidente Gerson Claro explicou que se encerrou os três dias oficiais de luto e que o Artigo 80, do Regimento Interno, trata de vacância do cargo e que ela ocorre com a apresentação do atestado de óbito. “Sequer ainda temos o atestado de óbito para declarar a vacância. Assim que tivermos, aí que será convocada a suplência, que tem 30 dias para tomar posse, podendo solicitar mais 15 dias podendo ser deferido pela Mesa Diretora. Portanto, assim que juntado o atestado de óbito providenciaremos o que determina o Regimento, mesmo que ainda com sentimento de perda muito grande”, explicou o presidente.
Legado de Amarildo
Lídio e Mochi entraram juntos no Parlamento com Amarildo, em 2006.
Os deputados Lidio Lopes (Patriota), Junior Mochi (MDB), Professor Rinaldo Modesto (Podemos) e Zé Teixeira (PSDB) também lamentaram a perda do amigo. “Chegamos juntos no Parlamento. Pessoa muito de posição e palavra, muito leal. Estivemos discutindo projetos, ele já havia programado algumas viagens pela Unale. Na terça demos umas risadas juntos. Ficamos muito surpreendidos com seu passamento. Ele deixou seu legado. Perde o MS, perde a Casa de Leis. As pessoas passam ser boas quando morrem. Isso não com Amarildo. Ele sempre foi um homem bom, como pessoa e como servidor do Estado”, considerou Lidio.
“Também estávamos desde o primeiro mandato juntos, em 2006. Estabelecemos uma relação de amizade, mais do que apenas deputados colegas de um Parlamento. Primeiro projeto que eu apresentei foi um de alteração dos critérios do ICMS e o Amarildo somou comigo, andamos junto todo o MS para explicar a importância do projeto e os impactos aos municípios. Depois fizemos juntos a CPI da Saúde, em que visitamos as 11 regiões do estado. Sempre foi um deputado combativo, com posições claras, mas ao mesmo tempo sempre disposto ao diálogo, ao consenso, assim foi também quando eu fui presente, ele foi meu 2º secretário. Nós debatíamos muito. É uma grande perda para esta Casa. Ia para tribuna com conhecimento de causa, isso foi muito importante para o resgate da credibilidade do Parlamento junto à sociedade. Temos duas datas, quando chegamos e quando partimos, a diferença é o que a gente faz nesse intervalo. Que Deus possa recebê-lo”, rogou Junior Mochi.
Professor Rinaldo Modesto relembrou quando disputou a eleição em 1998. “Lembrei que conheci o Amarildo quando fui candidato e ele trabalhou na coordenação da coligação em que eu estava. Em 2006 fomos eleitos juntos e ao longo desse tempo tivemos amizade. Eu estava em Porto Alegre, com dor no coração acompanhei de longe, parabenizo e agradeço também o Pedro Kemp que nos representou muito bem, de falar no velório, fiquei muito emocionado. Tem coisas que a gente não entende. Combateu o bom combate. Quero me solidarizar em nome da equipe. Vivamos sem mágoas no coração, sem querer puxar o tapete de ninguém, porque o amanhã só a Deus pertence”, disse Rinaldo, emocionado.
Zé Teixeira também prestou sua homenagem. “Eu acho que a morte ela não é mistério, ela é certeza. A vida sim é mistério. Quero deixar minhas condolências e dizer da saudade que ele deixa. Ele foi prematuramente. Um bom amigo, um homem de palavra, tivemos embates saudáveis, mas uma convivência muito boa, não só com ele, mas com toda Bancada dos Trabalhadores, apesar das ideologias diversas. Que Deus o tenha”, afirmou o deputado.
Ao final, Pedro Kemp ainda falou na tribuna sobre o último projeto de lei que Amarildo iria propor – veja nesta matéria.
Fonte: Conjuntura On-line