Derrotada na disputa para Planalto, senadora cobra compromissos fiscais do descondenado Lula
Derrotada na disputa ao Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse na última quarta-feira (16), durante entrevista a CNN, ter diferenças na área econômica com o PT, mas cobra compromissos fiscais do presidente eleito e descondenado, Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda precisa ser diplomado caso as eleições não sejam anuladas como deve pedir o comando nacional do PL.
“Nós temos muitas diferenças, eu não sou do PT, nunca estive com o PT, mas, daquilo que nos assemelha, está a pauta social”, colocou. “Temos, sim, porque sou liberal na economia, algumas divergências na pauta econômica”, completou.
Simone defendeu que os recursos para o Auxílio Brasil fiquem fora do teto de gastos em 2023, mas cobrou compromissos fiscais para que a ultrapassagem da âncora fiscal dure até 2026.
“Se for por quatro anos, que se faça o dever de casa. Que se fale ‘eu vou gastar mais nos próximos quatro anos para dar pão a quem tem fome, mas vou assumir compromissos de enxugar a máquina, aprovar reformas estruturantes que façam a economia voltar a crescer’”, disse Simone Tebet, citando a reforma administrativa e a reforma tributária.
A senadora destacou a importância de equilibrar responsabilidade social com responsabilidade fiscal. “Sabemos que responsabilidade fiscal não é um termo só que os liberais têm como mantra, na realidade a responsabilidade fiscal é um meio para se alcançar o social”.
“Se não tivermos o mínimo de responsabilidade com o dinheiro público, podemos estar dando o Auxílio Brasil e tirando com uma inflação galopante, com juros altos que vai impactar na paralisação da economia e, com isso, mais desemprego ou mais empregos formais indo para a informalidade”, acrescentou.
Equipe de transição
Simone Tebet, coordenadora da área de Desenvolvimento Social da equipe de transição, disse que tem diferenças na área econômica com o PT, mas se aproxima de Lula na área social.
Ela disse ainda que recebeu pedidos para não manifestar apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
“Muitos falaram e chegaram a implorar para mim no sentido de não me manifestar no segundo turno. Não era perda de capital política que estava em jogo, era a democracia. Por isso, aceitei ir para a equipe de transição do presidente eleito Lula”, afirmou.
Sobre a possibilidade de assumir um ministério no governo Lula, Tebet disse que, caso receba o convite, irá analisar a proposta.
“Se esse convite for feito, eu, no momento oportuno, vou sentar – inclusive com pessoas que sempre estiveram ao meu lado, e foram poucas na campanha – para, a partir daí, tomar a decisão”, disse.
Segundo Simone, ela e Lula não discutiram sobre a possibilidade. “Não houve essa conversa, nem do primeiro para o segundo turno”.
Senadora defende fortalecimento do centro democrático
Simone afirmou que um dos objetivos da sua candidatura à Presidência foi “a necessidade do fortalecimento do papel dos partidos de centro no Brasil”.
“Isso serve para cá e para o mundo. Só existe democracia forte, importante para evitar os extremos, – a extrema direita e a extrema esquerda de chegarem ao poder – quando temos partidos de centro bem constituídos, bem fortalecidos”, pontuou.
“Minha candidatura era mais política do que eleitoral. Foi sobre plantar a semente para uma colheita coletiva no futuro; nós estamos falando para 2024, para 2026, o fortalecimento do centro democrático”, finalizou. Com informações da CNN.
Fonte: Conjuntura On-line