Depois de ser obrigado pela Vigilância Sanitária e pela Polícia Militar a fechar seu estabelecimento duas vezes no fim de semana, o jovem comerciante Beto Coene de 27 anos, resolveu desabafar e denunciar suposta perseguição. Coene vê truculência na forma com que Policiais e Fiscais agem quando vão ao seu comércio que funciona como barbearia durante o dia e a noite, as vezes, ocasionalmente, se transforma em bar com música ao vivo.
“Falaram até que meu alvará não servia. Falou que tinha que estar uma coisa no meu alvará que não existe. Quando eles viram que não iriam conseguir fechar pelo alvará, eles foram por um tal de plano de biossegurança. Aí eles fizeram eu fechar”, conta Beto sobre a atuação dos fiscais na sexta-feira, dia 17 de setembro.
Segundo Beto, que também faz parte do Comitê Municipal de Enfrentamento à Pandemia, o tal Plano de Biossegurança exigido pelos fiscais, foi votado e aprovado pelo Comitê e ficou determinado que seria exigido apenas para shows fechados e com venda de ingressos. O que não era o caso do evento em questão.
Mesmo sem ter a obrigatoriedade imposta pelo Decreto, o comerciante tratou de providenciar o documento (Plano de Biossegurança), já que no dia seguinte (sábado), teria outro evento com som ao vivo agendado. Beto garante que no sábado, tudo estava devidamente dentro do que prevê o Decreto e aí a fiscalização (PM e Vigilância) mudou o foco para fechar o evento novamente.
“No sábado, quiseram bater em cima do distanciamento do público que estava nas mesas, por que eles não iriam dar conta de tirar o pessoal do canteiro, eu mesmo pedi que fiscalizassem o tumulto no canteiro, pois ali não é minha responsabilidade. E eles não foram, foram apenas para fechar a gente”, pontua.
Durante a entrevista ao Rio Pardo News, pontua que questões políticas e pessoais, podem estar motivando esse tipo de fiscalização descabida contra seu estabelecimento. Revoltado por ser impedido de trabalhar e garantir não só o seu sustento, mas de muitos outros indiretamente, Beto desabafa. “Paguei mais de 1 mil de alvará, contratei seguranças, contratei diaristas, contratei equipamentos de som, contratei cantor da cidade, comprei bebida na Stop Beer, no Bim, no Vado, comprei gelo no Jean, gastei no Mercado Mardegan, no Costa, Bom Preço, contratei artistas, aluguei banheiro químico e mais um monte de coisas. O que me revolta é a gente movimentar tanta coisa, tirar tanta gente de casa para acabar em baixaria. Não tão nem aí para o comércio noturno. Taxam a gente como irresponsáveis, mesmo 90% da população adulta vacinada e com doses sobrando. Atualmente temos 17 casos ativos na cidade, não entendo por que tudo não volta ao normal, estão usando o covid para barrar as pessoas que vem de fora, mesmo não sendo responsabilidade nossa, isso recai nas nossas costas. A segurança pública não é responsabilidade do comerciante. Contratei dois seguranças, como o combinado no comitê e mesmo assim não valeu de nada”, dispara.
MAIS PERSEGUIDOS!
A reportagem fez rápido levantamento, e conversou com outros comerciantes que atual durante a noite. A maioria reclama da truculência excessiva e implacável dos fiscais.
“Antes não podíamos abrir por que não tinha policiamento, agora com o policiamento foi reforçado, continuam nos obrigando a fechar. Não dá pra entender onde querem chegar. As vezes parece até que é jogo de interesses. Muito estranho esse comportamento”, reclama um comerciante da avenida que prefere não se identificar.
Outro comerciante antigo, dono da lanchonete mais tradicional da cidade, conta que emprega 17 pessoas. “São 17 famílias que dependem disso aqui. Não sei onde querem chegar. Parece que querem que a gente desiste. Estou cansado disso, não sei onde o comércio noturno da cidade vai parar desse jeito. Contratei músicos para a semana que vem, agora estou sem saber o que fazer”, desabafa.
Fonte: riopardonews.com.br